top of page

Calíope

Matérias de Literatura

Espaço Livre

Da Leitura

Quando assombra e tomba em baque

Voz tumbande que se extrema,

E chispando voz suprema

Resta senão que se ataque:

 

Digo que acalmes o emblema

E não deis bola ao basbaque,

Mas aclames que destaque

Digno vocábulo em lema! 

 

Escutai sem acuidade

Quais absurdos lhe balelem

Esses vagos em Verdade;

 

Entendei que não te entendem,

Pois a árdua liberdade

Está nos olhos dos que leem.

Chaw

Beija-Flor

Um beija flor pousa na bromélia e se prende

Prisão de flores que adora e não entende

Por que não voas, já que voava                      Por que não amas, já que amava                     

Não amas mais flor alguma, só uma            Bromélia, flor estranha, esguia e espinhosa 

Afasta, despretenciosa, e esfria quem a ]ganha                                                             Impede que, pelo beijo, alguém se una

                                                                            Pois seu abraço é frio. Seus olhos são pedra.

Sua boca é rio. Sua flor é cerda.                   

E o beija flor vazio, de peito negro-anil,      Insiste em vão, lhe irrompe o coração

De tanto bater, as asas e o peito,

Desiste de amar, acha outro jeito,

De bater tanto, de buscar o perfeito,            Cansa de amar, deixa seu leito.

                                                                               E passa a voar, de rima e coração pobre       

E assim vai migrar, até achar outro lugar   

E outra flor amar. Quem sabe amor mais  ]nobre

A bromélia, que não fala, se arrepende.

Thomas Toscano

bottom of page