Cristinara Meirelles dos Santos
25 de set. de 2020
Análise do poema O Chamado
Por Cristinara Meirelles dos Santos O CHAMADO Na rua escura o velho poeta (lume de minha mocidade) já não criava, simples criatura...
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Quando assombra e tomba em baque
Voz tumbande que se extrema,
E chispando voz suprema
Resta senão que se ataque:
Digo que acalmes o emblema
E não deis bola ao basbaque,
Mas aclames que destaque
Digno vocábulo em lema!
Escutai sem acuidade
Quais absurdos lhe balelem
Esses vagos em Verdade;
Entendei que não te entendem,
Pois a árdua liberdade
Está nos olhos dos que leem.
Chaw
Um beija flor pousa na bromélia e se prende
Prisão de flores que adora e não entende
Por que não voas, já que voava Por que não amas, já que amava
Não amas mais flor alguma, só uma Bromélia, flor estranha, esguia e espinhosa
Afasta, despretenciosa, e esfria quem a ]ganha Impede que, pelo beijo, alguém se una
Pois seu abraço é frio. Seus olhos são pedra.
Sua boca é rio. Sua flor é cerda.
E o beija flor vazio, de peito negro-anil, Insiste em vão, lhe irrompe o coração
De tanto bater, as asas e o peito,
Desiste de amar, acha outro jeito,
De bater tanto, de buscar o perfeito, Cansa de amar, deixa seu leito.
E passa a voar, de rima e coração pobre
E assim vai migrar, até achar outro lugar
E outra flor amar. Quem sabe amor mais ]nobre
A bromélia, que não fala, se arrepende.
Thomas Toscano