Determinismo Geográfico no Futebol
Que o campeonato brasileiro é um show de horrores, todo mundo tá cansado de saber. Apesar de apresentar leve melhora na temporada de 2019, muito por conta do elenco bem estruturado do Flamengo, há ainda claros indícios de que vivemos à sombra de um grande passado.
Jogos sonolentos, contra-ataques com jogadores de 36, 37 anos de idade. Tudo colabora para a amadorização do futebol nacional, tendo suas grandes jóias roubadas pela Europa cada vez mais cedo. Não adianta ser craque no Brasil, pois o restante do time pouco ajuda.
E para piorar, uma invenção completamente esquisita. Jogos às 11 da manhã. É certo que estamos no inverno, mas ainda assim, qual a intenção por trás do horário? Fazer com que a partida se torne ainda mais sonolenta? Com pausas para água nos dois tempos, é possível ver jogadores esbaforidos, mesmo após mal terem corrido.
E não se pode culpá-los, jogos nesse horário são contra-esportivos. Não se tem ao certo a razão para que um horário tão horrível exista, mas talvez esbarre na mesma razão de haverem jogos às 21:30 de quarta feira. Os horários televisivos encaixam perfeitamente. Enquanto Lewis Hamilton vence mais uma corrida, jogadores de grandes clubes do Brasil todo mal conseguem correr.
Entretanto, trago uma questão: o horário é fator absoluto nesses jogos? Ou seja, há um “determinismo geográfico”, como o presente na obra “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo. Os jogadores são determinados pelas condições climáticas as quais são submetidos? Todas essas questões me surgem à mente quando o jogo está ruim demais, pois penso em qualquer coisa para me distrair.
Eu responderia que não, que há problemas graves na parte tática e, agora com a pandemia, alguns desses problemas se escancaram sem o grito das torcidas. Mas jogo às onze é dose!
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